
A história tem início quando um empresário bem sucedido se suicida em um estacionamento-garagem. O problema é que a arma desaparece e os policiais que encontram o corpo não sabem que foi suicídio. Assim, se inicia uma caçada ao pretenso assassino, levando o detetive Espinoza a questionar todos os que poderiam lucrar com a morte.
Inicialmente uma trama envolvente, com investigação, mortes e reviravoltas. Quem aparentemente é inocente se revela com muitos motivos para tirar de circulação o empresário. O autor conduz bem o leitor até as páginas finais... e para mim, é aí que reside a minha frustração com este livro.
Eu sou fã de finais surpreendentes. Não precisa ser algo mirabolante, mas em um romance policial, acho que é uma condição fundamental para um bom livro. Agatha Christie certa vez explicou que o processo de criação de seus livros começa com o final. Ela elaborava um final, um crime aparentemente insolúvel e aí ia escrevendo de trás para frente, tentando despistar o leitor. Em muitos livros você consegue perceber essa maneira de escrever, independente do autor ter ou não pensando desta forma.
Mas, com relação à "O Silêncio da chuva" parece pra mim que o autor criou uma história inicial empolgante, mas à maneira que vai se aproximando do final para que o autor não conseguiu pensar em algo para finalizar sua história. Aí ele inventa um final sem sentido nenhum, onde o acaso marca o desfecho.
Sinceramente, não gostei. Achei que poderia ter mais pesquisa acerca dos procedimentos policiais, que em muitas vezes parece inocentes no livro e ter caprichado um pouco mais no final. Não precisava ser mirabolante, mas desvendar um crime através da obra do acaso foi realmente triste.