quarta-feira, junho 24, 2009





















Quantas séries sobre espionagem! Acho que isto demonstra como o mundo está virado. Todo o mundo está preocupado e começa a pensar mais sobre terrorismo e espiões. Não que esse assunto não fosse visto com interesse anteriormente, pois desde o século XIX temos história de espiões, e até o famoso Sherlock Holmes esteve envolvido em uma delas (p.ex, no conto The Naval Treaty). Bom, mas televisamente falando, parece ter havido uma mudança após o 11 de setembro. As pessoas começaram a se ligar mais nestes assuntos. Um exemplo é a produção do seriado Alias, criada por J. J Abrams e que estreiou, coincidentemente ou não, em 30 de setembro de 2001. Anteriormente, J. J havia produzido Felicity, um seriado água-com-açúcar sobre romances colegiais. De qualquer forma, a mudança tá aí, de Felicity para Alias, acompanhando a sede do público por conspirações. Eu sou fã deste tipo de história, acompanho estes seriados e leio tudo que consigo. Só espero que os outros seriados, 24 horas, NCIS e Fringe, não caiam no marasmo que acometem seriados com histórias contínuas, como é o caso de Lost, Heroes e até mesmo de Alias. Nós, que gostamos de histórias de espionagem, prezamos por um bom final e não perdoamos roteiros mal escritos e abusos de nossa boa-vontade. E que continuem as explosões, as tentativas de destruir os Estados Unidos e de inventar a arma biológica perfeita. Nós agradecemos.

Em uma fração de segundo


Alex Kava é a criadora da personagem Maggie O'Dell, profiler do FBI. Como profiler a detetive deve estudar serial killers e entrar na sua mente. Através dos padrões dos crimes, este tipo de detetive pode estimar idade, sexo, tipo físico e inclusive alguns traços da personalidade do criminoso. Algo que pode ser visto no excelente seriado "Criminal Minds".

O assassino no caso, Albert Stucky, foi capturado e agora está foragido da prisão, inciando seu jogo mortal. Stucky foi apelidado de O colecionador por coletar partes do corpo de suas vítimas enquanto ainda estavam vivas. A única que parece ter capacidade de capturá-lo parece ser a agente O'Dell, e é exatamente atrás dela que o assassino vai, matando todos aqueles que se aproximam dela, reiniciando seu jogo doentio.

O livro de desenrola desta forma, com o assassino envolvendo todos os policiais em um trama de gato e rato, até que se descubra a forma de vencer este jogo. Uma boa narrativa, só que, pelo teor do livro, achei que ficou faltando descrições mais detalhadas dos procedimentos policiais e forenses. Mas vale a pena.

A maldade no ar


Chegando as férias de meio de ano e já começo a me coçar para ler algum romance policial para aliviar a tensão semestral. Eu disse Semestral.
O escolhido para abrir com chave de ouro este período foi "Metrópole do medo" de Ed Mcbain. Como o subtítulo em português diz, é um romance do 87o. DP e descreve o dia a dia dos procedimentos policiais deste departamento.
Ed Mcbain cria toda uma cidade para servir de pano de fundo para a sua escrita rápida e desconcertante. Como o autor diz no início do livro, a cidade e os personagens são inventados, mas os procedimentos policiais são baseados na realidade. Aí é que reside o ponto positivo na obra de Mcbain, a descrição dos procedimentos.
Mas, como toda a cidade real, os crimes acontecem a todo momento, e eles pipocam ao longo da história principal. A trama central se desenvolve a partir da morte de uma freira e, à medida que ocorre a investigação, os detetives vão confrontando verdades e mentiras na fala das testemunhas. Se se prestar a devida atenção, se percebe as incongruências na narração dos fatos pelas testemunhas.
Enfim, um livro gostoso de se ler, e que vale a pena pela descrição dos procedimentos policiais, pelo desenvolvimento da narrativa e pelo final inesperado.
Termino com uma citação do livro:
"Por isso, se você chegou aqui [nesta cidade] pensando, 'Poxa, vai haver um assassinatozinho numa casa e uma senhora de cabelos azuis irá resolvê-lo nas suas horas de folga, quando não estiver cuidando de seu canteiro de rosas', você veio à cidade errada, na época errada do ano. Nesta cidade, as coisas acontecem o tempo todo, em toda parte, e não é preciso ser detetive para sentir a maldade no ar." (p. 32).