terça-feira, julho 06, 2010

O livro é muito bom e te prende até o fim. Claro que dá pra sentir a diferença da escrita de Robert Ludlum, mas Lustbader mantém o nível. Muita ação, perseguições de carro, conspirações mundiais, reviravoltas, enfim, tudo o que a boa literatura de espionagem pode oferecer.
As cenas de ação são bem descritas, bem ao estilo Ludlum. Golpes, escapadas, perseguições possuem um detalhismo tal que é como se estivéssemos na cena.
Lustbader também se dá bem ao conectar histórias presentes em outros livros da série e dar continuidade à estas histórias. Este é algo muito legal para quem leu os outros livros, mas também não é problemático pra quem não leu.
Um problema que eu achei, mas que talvez seja o próprio desenvolvimento do personagem, é que Bourne apanha muito neste livro. Faltou uma certa antecipação ao que iria acontecer como ocorria nos outros livros. Parece que nada saia como planejado para Bourne, o que vai um pouco contra os outros livros escritos por Ludlum. Naqueles, mesmo que Bourne não sabia o que estava acontecendo, ele sabia como se sair bem das mais inusitadas situações. Neste Legado Bourne, as antecipações até ocorrem, mas muito pouco. A maior parte do tempo, Bourne é pego de surpresa. Enfim, talvez ele esteja envelhecendo.
De qualquer forma o final é empolgante e tem todas as pontas amarradas.

O filme deste livro, mais uma vez com Matt Damon deve chegar em 2011.

sábado, julho 03, 2010

Projection é o 2o. livro na série criada por Keith Ablow. O autor é um psiquiatra forense e utiliza sua experiência para construir o personagem da série, Frank Clevenger.  A série se foca em detalhes psicológicos além de procedimentos policiais.
Neste livro, Clevenger é chamado para conseguir um trato com o cirurgião plástico Trevor Lucas, que perdeu a sanidade, dizendo que seu braço está controlado por Satan, e começaa matar pessoas no hospital psiquiátrico em que se encontra preso. Lucas clama por Clevenger para que este encontre a origem de sua loucura dentro de 24 horas. Assim, Clevenger mergulha no passado de Lucas e descobre coisas terríveis, mas ao mesmo tempo familiares. 
A obra de Ablow tem sido comparada com Thomas Harris, mas este livro é muito mais violento do que as histórias com Hannibal Lecter (se isto é possível). As descrições dos assassinatos são bastante vívidas e um tanto quanto sangrentas. Mas o ponto diferencial nesta obra é a descrição psicológica, muito mais presentes do que nos livros de Jonathan Kellerman, outro autor-psicólogo. 
O final não é nada muito maravilhoso, mas o desenvolvimento da história, principalmente a partir de uma certa parte é muito rápida e empolgante. 
Atualmente, Denial e Projection, primeiro e segundo livros da série, estão sendo preparados para virarem filmes.

sábado, junho 26, 2010

Seriado policial Castle



Castle é uma série de tv americana, onde Richard Castle, um famoso escritor de romances policiais, ajuda a policia de Nova York a resolver alguns crimes. Tudo se inicia quando Castle é chamado para solucionar um assassinato que foi copiado de um de seus livros. Após a solução do crime, o autor resolve participar mais em investigações para pesquisa para futuros livros. Assim, ele acompanha a detetive Kate Beckett às cenas dos crimes, e pensa nela como uma inspiração para uma série de livros tendo como protagonista uma detetive  mulher.
É um seriado bastante focado no procedimentos policiais e também enfoca o mundo dos romances policiais, com várias citações deste universo. Inclusive, durante os periódicos jogos de poker no apartamento de Castle, autores como James Patterson e Michael Connelly estão sempre presentes, debatendo os casos em que Castle está envolvido.
Um grande apelativo para fãs de romances policiais. 
No Brasil, passou pela AXN. Já está confirmada a terceira temporada. 

sábado, março 27, 2010


     Desculpe. Não pude resistir e faço uma resenha de um romance não policial. Bom, penso que não só de romances policiais vive um amante de romance policial. Eu por exemplo, de vez em quando dou uma escapada e leio romances históricos, minha outra paixão. Me perdoem a promiscuidade.
      Este catatau de 848 páginas que vos apresento talvez seja o melhor romance brasileiro das últimas décadas. Como romance histórico fica lado a lado do grande "O tempo e o vento" de Érico Veríssimo.
      Vamos à obra. "General Osório e seu tempo" é uma biografia de Osório desde os tempos em que iniciou no exército brasileiro, no início do século XIX. Sua vida foi permeada por batalhas épicas no sul do Brasil, num período em que a geografia do país ainda estava em formação. A obra conclui com a morte de Osório no final da Guerra do Paraguai.
     Quem gosta de romances históricos vai se deliciar com as descrições de cenas de batalhas, da indumentária dos gaúchos, dos conflitos políticos, das estratégias, enfim, do cotidiano das pessoas no sul do Brasil durante o período Imperial. A linguagem não é complexa e muitas vezes emula a fala dos gaúchos, o que dá maior realidade ao que está sendo contado.
     O livro é recheado de batalhas, o que para alguns pode ficar cansativo, mas a grandiosidade dos acontecimento compensa. Há inclusive uma batalha naval, onde nos sentimos testemunhas oculares dos fatos.
     Outro ponto positivo da obra é a diagramação. Há muitas figuras dos personagens principais que nos ajudam a imaginá-los. No início há uma imagem belíssima da Batalha do Avaí, quadro pintado por Pedro Américo. Um pequeno problema se encontra em manusear o livro, que possui proporções generesas. Mas quem se importa quando o que está ali dentro é primoroso?
     Uma grande obra que merece figurar entre os clássicos da nossa literatura. Um verdadeiro "Guerra e Paz" dos pampas.

     Robert Littell é um conhecido autor de romances de espionagem. Este é o primeiro livro que leio do autor. "A companhia" é uma espécie de história romanceada da CIA. Vários fatos que aparecem no livro são reais, como a invasão à Baia dos Porcos, em Cuba, objetivando matar Fidel Castro. Outros eventos reais descrito no livro são as invasões no Oriente Médio e na URSS.
     A obra mostra as várias falhas do serviço secreto americano, desde em compreender o "campo" em que pisavam até a cultura de agentes estrangeiros. A paranóica busca de um agente duplo e até triplo infiltrado na CIA é um dos pontos que atravessam todo o livro.
    Apesar de ser longo, o livro mantém a narrativa afiada e não chega a ser cansativo. Na verdade, quando começamos a ficar acostumados com o ritmo, acontece uma reviravolta. A ação também está presente, digna das melhores obras de espionagem.
     Mais para o final do livro, lá pela página 500, tem-se a sensação de que todo o livro é formado por um conjunto de histórias separadas, mas a partir dali, as história começam a se ligar e tudo faz sentido.
      Os elementos de um grande romance de espionagem estão aqui: grande história, ideías bem desenvolvidas e complexas, personagens marcantes e muitas reviravoltas. Além disso, não falta uma dose de crítica ao serviço secreto americano que, nem de longe, foi um exemplo de serviço de inteligência, frente à outros como a russa KGB, as israelense Mossad e o britânico MI-6.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

O inocente - Harlan Coben



   Este é o 12o. livro de Harlan Coben, o único escritor que recebeu os três principais prêmios para romances policiais: o Edgar Award, o Shamus Award e o Anthony Award. "O inocente" é um thriller independente dos outros livros do autor, que contam com o detetive Myron Bolitar. Mas mesmo assim, esta é um história que acaba prendendo o leitor até o fim, desde que se consiga avançar um pouco na narrativa. Isto porque os acontecimentos demorarm para acontecer e ficamos sempre esperando chegar aonde o livro promete desde o começo. O desenvolvimento leva um tempo apresentando os personagens do livro.
    Coben escreve de uma maneira que faz você se sentir na pele da personagem principal, Matt Hunter. As angústias que ele sente, a fuga, a necessidade de comprovar a estranha história envolvendo sua esposa, o leva a remover um velho baú de memórias não muita agradáveis.
   Uma boa história, que ao criticar a sociedade atual, proporciona uma boa reflexão. Apesar de não ter adorado o livro, o final é bem escrito o que me deu uma boa sensação de fechamento. Mas com certeza este não é um dos melhores livros do escritor.