quinta-feira, dezembro 10, 2009

O segredo dos inocentes - Thomas Harris


"Cinco mulheres são brutalmente assassinadas em diferentes localidades dos Estados Unidos. Para chegar até o sanguinário assassino, uma jovem treinada pelo FBI entrevista o Dr. Hannibal Lecter, um brilhante psiquiatra, cuja mente está perigosamente voltada para o crime. Ao seguir as pistas apontadas por Lecter, a jovem se vê envolvida numa teia mortífera e surpreendente."
Sempre é tempo de voltar aos clássicos. Já havia lido os outros dois livros da trilogia de Thomas Harris, mas ainda faltava este aqui. E ultimamente tenho lido vários livros que são apontados como no mesmo estilo de O silêncio, assim, voltei às raízes, à inspiração de tantos livros.
Confesso que me surpreendeu, mesmo já tendo assistido o filme. O livro é muito bom, realmente um diferencial nessa enxurrada de novos escritores criminais.
A idéia de colocar um criminoso como Dr. Lecter como uma espécie de conselheiro para a caçada à um serial killer foi uma grande tirada. Com suas habilidades de psicólogo, Lecter constrói um perfil do criminoso, mas não sem antes pedir algo em troca da detetive Clarice Starling.
Neste suspense os personagens centrais da trama são três, o criminoso, a detetive Starling e o Dr. Lecter. E este não é o vilão. Pelo menos no começo do livro.
A busca pelo criminoso faz com que Starling utilize ao máximo seus recéns adquiridos conhecimentos forenses e a prova final de sua capacidade será testada de maneira fatal.
Um verdadeiro clássico de romance policial
* Prêmio Bram Stoker de 1988, conceituado prêmio para autores de livros de suspense.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

The Killing Game - Iris Johansen

Confesso que o final deste livro me surpreendeu. Entretanto, o tipo de escrita que a autora conduz ao longo do livro, não me convenceu. O romance, que serve de apoio à história, é muito água com açúcar, além de os diálogos serem bem fracos. Neste ponto reside a principal fraqueza deste livro, no meu ponto de vista: os diálogos são muito artificiais, parecendo uma peça de teatro barata. Iniciei este livro sem conceitos pré-formados, pois sabia que autora iniciou sua carreira de escritora compondo livros para a série Sabrina. Mas, conforme vai-se desenvolvendo na leitura, percebe-se a influência de livros de banca.
O livro promete muito. A personagem principal, Eva Duncan, é escultora forense; sua função é reconstruir faces de cadáveres antigos, cujos rostos estão muito decompostos. O par na investigação é um detetive que fez parte do FBI. A busca se inicia quando novo esqueletos são encontrados em uma cachoeira na Georgia. Obra de um serial killer que está a solta e entra em contato com Duncan, cuja filha, ele matou. A todo momento se faz referência à práticas forenses só que de maneira muito superficial. Parece que todas as informações neste sentido foram retiradas de pesquisas rápidas na internet.
Enfim, pra quem gosta do estilo de procedimentos policiais, este livro talvez não seja o indicado. Mas quem quer ler um livro rápido, com escrita mais leve, mas com uma boa história, pode ler sem medo.
Indicado para fãs de Mary Higgins Clark.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Predador - Patricia Cornwell

O livro é uma evolução da história e da personagem central do livro, a investigadora Kay Scarpetta. Acho interessante esta evolução das personagens nas obras dos autores. É natural e legal para o leitor. É engraçado que algumas personages são sempre iguais, como o Hercule Poirot, de Agatha Christie (dizem as más línguas que o investigador belga teria mais de 100 anos!). Só que todo esse desenvolvimento acaba muitas vezes deixando fãs insatisfeitos. Neste livro de Patricia Cornwell, há mudanças na forma de Scarpetta pensar e agir, mudanças na forma narrativa, que agora está na terceira pessoa, etc. Como muitos críticos tem apontado, realmente Cornwell tem deixado cair a qualidade de seus livros, o que acaba fazendo com que muitos leitores "migrem" para outros autores, tão bons quanto ou melhores.
Falando especificamente deste livro, a história se desloca em vários crimes que podem estar conectados uns aos outros. Um suicídio, o desaparecimento de duas crianças e um crime ocorrido numa loja. Na investigação, além dos tradicionais aparatos forenses, temos novos elementos, além de um "update" na tecnologia. Cornwell procura estar sempre antenada ao mundo tecnológico referente à exames criminais descrevendo-o para nós leigos. O exame de DNA retirado de digitais pra mim é uma novidade (se isso realmente existir).
O "predador" do título se refere a um projeto secreto para analisar a mente de criminosos violentos e que ajuda no desenrolar da história. Outro elemento interessante é a inserção de um psicólogo para ajudar na investigação, que parece já estar presente em outro livros recentes desta autora. Com todos esses ingredientes temos a receita para um romance policial de primeira. Entretanto, a história fica um pouco pendante e confusa, até por citar casos passados, relatados em outros livros da autora. Essas referências tornam a leitura difícil pois nem todo mundo leu ou lembra destes outros livros. Mas o final é "bacaninha", achei que resolveu o livro. Esperava por algo mais, mas é uma boa leitura.




Procedimentos policiais

Ultimamente, muito tem se falado acerca de procedimentos policiais, devido principalmente à seriados como CSI e Bones. Mas na literatura este sub-estilo de romance policial já existe à mais tempo.
Uma definição básica para este estilo seria a descrição das atividades da força policial enquanto se investigam os crimes. Assim, tópicos como forense, autopsia, evidência, interrogação, algumas vezes DNA, são comuns.

Obras tratanto de procedimentos policiais começam a surgir após a Segunda Guerra Mundial Alguns exemplos são:

. Ben Benson, que escreveu livros cuidadosamente pesquisados sobre a Policía Estadual de Massachusetts (ex. Marcado a fogo);
. O policial aposentado Maurice Procter, que escreveu uma série sobre o policial da Ingleterra do Norte Harry Martineau (ex. A emboscada);
. e Jonathan Craig, que escreveu contos e romances sobre os policiais de Nova York (ex. O caso do corpo sensual).
Assim, notando a crescente popularidade de obras de romances criminais em que a ênfase principal era a descrição realistas do trabalho policial, o crítico de romances de mistério Anthony Boucher, em 1956, em sua coluna regular no New York Times Book Review, cunha a frase "policial procedural", para descrever esse novo sub-gênero.
Enfim, este ultimamente tem sido meu estilo favorito de livros. E, apesar da recente enxurrada de livros deste estilo, muito coisa é descartável.
Aqui neste blog eu deixo algumas dicas de escritores que tem me impressionado, como por exemplo, Keith Reichs e Tess Gerritsen. Mas há muitos outros escritores bons, o díficil é arranjar tempo pra lê-los todos.

O Dominador

Para aqueles que tem sangue fraco, nojo de corpos decompostos, aversão à violência e exposições explícitas de morte, aconselho passar longe dos livros de Tess Gerritsen. O nível de realidade em seus livros é uma coisa absurda. É como se estivéssemos juntos com a investigadora Rizzoli na cena do crime. E quando você acha que a história não poderia ficar melhor, somos brindados com uma nova e atordoante revelação. Claro que podemos pensar neste livro como um "caroneiro" no grande sucesso que fez o primeiro livro da autora "O Cirurgião", já que este "O Dominador", coloca novamente em cena o serial killer que aterrorizou Boston naquela obra. Só que o suspense vai um nível além do primeiro, já que agora, temos um copycat à solta: um criminoso que se especializa em copiar os assassinatos do Cirurgião. Mais uma vez a agente Jane Rizzoli tem que enfrentar seus piores pesadelos numa caçada ao criminoso, que chega a chamar a atenção do FBI e do governo, o que torna a detetive muito desconfiada. Na busca pelo criminoso, Rizolli conta com a alta tecnologia e com os melhores agentes criminais para desvendar os crimes e chegar ao culpado.Tudo do melhor em procedimentos policiais está aqui. O convite para entrar na mente dos piores criminosos está aberto.



ps. pela primeira vez na história, o título em português faz mais sentido do que o original.