quinta-feira, dezembro 10, 2009

O segredo dos inocentes - Thomas Harris


"Cinco mulheres são brutalmente assassinadas em diferentes localidades dos Estados Unidos. Para chegar até o sanguinário assassino, uma jovem treinada pelo FBI entrevista o Dr. Hannibal Lecter, um brilhante psiquiatra, cuja mente está perigosamente voltada para o crime. Ao seguir as pistas apontadas por Lecter, a jovem se vê envolvida numa teia mortífera e surpreendente."
Sempre é tempo de voltar aos clássicos. Já havia lido os outros dois livros da trilogia de Thomas Harris, mas ainda faltava este aqui. E ultimamente tenho lido vários livros que são apontados como no mesmo estilo de O silêncio, assim, voltei às raízes, à inspiração de tantos livros.
Confesso que me surpreendeu, mesmo já tendo assistido o filme. O livro é muito bom, realmente um diferencial nessa enxurrada de novos escritores criminais.
A idéia de colocar um criminoso como Dr. Lecter como uma espécie de conselheiro para a caçada à um serial killer foi uma grande tirada. Com suas habilidades de psicólogo, Lecter constrói um perfil do criminoso, mas não sem antes pedir algo em troca da detetive Clarice Starling.
Neste suspense os personagens centrais da trama são três, o criminoso, a detetive Starling e o Dr. Lecter. E este não é o vilão. Pelo menos no começo do livro.
A busca pelo criminoso faz com que Starling utilize ao máximo seus recéns adquiridos conhecimentos forenses e a prova final de sua capacidade será testada de maneira fatal.
Um verdadeiro clássico de romance policial
* Prêmio Bram Stoker de 1988, conceituado prêmio para autores de livros de suspense.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

The Killing Game - Iris Johansen

Confesso que o final deste livro me surpreendeu. Entretanto, o tipo de escrita que a autora conduz ao longo do livro, não me convenceu. O romance, que serve de apoio à história, é muito água com açúcar, além de os diálogos serem bem fracos. Neste ponto reside a principal fraqueza deste livro, no meu ponto de vista: os diálogos são muito artificiais, parecendo uma peça de teatro barata. Iniciei este livro sem conceitos pré-formados, pois sabia que autora iniciou sua carreira de escritora compondo livros para a série Sabrina. Mas, conforme vai-se desenvolvendo na leitura, percebe-se a influência de livros de banca.
O livro promete muito. A personagem principal, Eva Duncan, é escultora forense; sua função é reconstruir faces de cadáveres antigos, cujos rostos estão muito decompostos. O par na investigação é um detetive que fez parte do FBI. A busca se inicia quando novo esqueletos são encontrados em uma cachoeira na Georgia. Obra de um serial killer que está a solta e entra em contato com Duncan, cuja filha, ele matou. A todo momento se faz referência à práticas forenses só que de maneira muito superficial. Parece que todas as informações neste sentido foram retiradas de pesquisas rápidas na internet.
Enfim, pra quem gosta do estilo de procedimentos policiais, este livro talvez não seja o indicado. Mas quem quer ler um livro rápido, com escrita mais leve, mas com uma boa história, pode ler sem medo.
Indicado para fãs de Mary Higgins Clark.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Predador - Patricia Cornwell

O livro é uma evolução da história e da personagem central do livro, a investigadora Kay Scarpetta. Acho interessante esta evolução das personagens nas obras dos autores. É natural e legal para o leitor. É engraçado que algumas personages são sempre iguais, como o Hercule Poirot, de Agatha Christie (dizem as más línguas que o investigador belga teria mais de 100 anos!). Só que todo esse desenvolvimento acaba muitas vezes deixando fãs insatisfeitos. Neste livro de Patricia Cornwell, há mudanças na forma de Scarpetta pensar e agir, mudanças na forma narrativa, que agora está na terceira pessoa, etc. Como muitos críticos tem apontado, realmente Cornwell tem deixado cair a qualidade de seus livros, o que acaba fazendo com que muitos leitores "migrem" para outros autores, tão bons quanto ou melhores.
Falando especificamente deste livro, a história se desloca em vários crimes que podem estar conectados uns aos outros. Um suicídio, o desaparecimento de duas crianças e um crime ocorrido numa loja. Na investigação, além dos tradicionais aparatos forenses, temos novos elementos, além de um "update" na tecnologia. Cornwell procura estar sempre antenada ao mundo tecnológico referente à exames criminais descrevendo-o para nós leigos. O exame de DNA retirado de digitais pra mim é uma novidade (se isso realmente existir).
O "predador" do título se refere a um projeto secreto para analisar a mente de criminosos violentos e que ajuda no desenrolar da história. Outro elemento interessante é a inserção de um psicólogo para ajudar na investigação, que parece já estar presente em outro livros recentes desta autora. Com todos esses ingredientes temos a receita para um romance policial de primeira. Entretanto, a história fica um pouco pendante e confusa, até por citar casos passados, relatados em outros livros da autora. Essas referências tornam a leitura difícil pois nem todo mundo leu ou lembra destes outros livros. Mas o final é "bacaninha", achei que resolveu o livro. Esperava por algo mais, mas é uma boa leitura.




Procedimentos policiais

Ultimamente, muito tem se falado acerca de procedimentos policiais, devido principalmente à seriados como CSI e Bones. Mas na literatura este sub-estilo de romance policial já existe à mais tempo.
Uma definição básica para este estilo seria a descrição das atividades da força policial enquanto se investigam os crimes. Assim, tópicos como forense, autopsia, evidência, interrogação, algumas vezes DNA, são comuns.

Obras tratanto de procedimentos policiais começam a surgir após a Segunda Guerra Mundial Alguns exemplos são:

. Ben Benson, que escreveu livros cuidadosamente pesquisados sobre a Policía Estadual de Massachusetts (ex. Marcado a fogo);
. O policial aposentado Maurice Procter, que escreveu uma série sobre o policial da Ingleterra do Norte Harry Martineau (ex. A emboscada);
. e Jonathan Craig, que escreveu contos e romances sobre os policiais de Nova York (ex. O caso do corpo sensual).
Assim, notando a crescente popularidade de obras de romances criminais em que a ênfase principal era a descrição realistas do trabalho policial, o crítico de romances de mistério Anthony Boucher, em 1956, em sua coluna regular no New York Times Book Review, cunha a frase "policial procedural", para descrever esse novo sub-gênero.
Enfim, este ultimamente tem sido meu estilo favorito de livros. E, apesar da recente enxurrada de livros deste estilo, muito coisa é descartável.
Aqui neste blog eu deixo algumas dicas de escritores que tem me impressionado, como por exemplo, Keith Reichs e Tess Gerritsen. Mas há muitos outros escritores bons, o díficil é arranjar tempo pra lê-los todos.

O Dominador

Para aqueles que tem sangue fraco, nojo de corpos decompostos, aversão à violência e exposições explícitas de morte, aconselho passar longe dos livros de Tess Gerritsen. O nível de realidade em seus livros é uma coisa absurda. É como se estivéssemos juntos com a investigadora Rizzoli na cena do crime. E quando você acha que a história não poderia ficar melhor, somos brindados com uma nova e atordoante revelação. Claro que podemos pensar neste livro como um "caroneiro" no grande sucesso que fez o primeiro livro da autora "O Cirurgião", já que este "O Dominador", coloca novamente em cena o serial killer que aterrorizou Boston naquela obra. Só que o suspense vai um nível além do primeiro, já que agora, temos um copycat à solta: um criminoso que se especializa em copiar os assassinatos do Cirurgião. Mais uma vez a agente Jane Rizzoli tem que enfrentar seus piores pesadelos numa caçada ao criminoso, que chega a chamar a atenção do FBI e do governo, o que torna a detetive muito desconfiada. Na busca pelo criminoso, Rizolli conta com a alta tecnologia e com os melhores agentes criminais para desvendar os crimes e chegar ao culpado.Tudo do melhor em procedimentos policiais está aqui. O convite para entrar na mente dos piores criminosos está aberto.



ps. pela primeira vez na história, o título em português faz mais sentido do que o original.

sexta-feira, outubro 09, 2009

Desaparecidas - Tess Gerritsen


Imagine o susto da doutora legista Maura Isles quando, ao inspecionar um cadáver, se dá conta que ele está vivo. E além de viva, bem desperta, a ponto de, em seu desespero, sequestrar vários reféns no hospital. Entre as reféns está a policial Jane Rizzoli, só que prestes a dar à luz a sua filha, o que dificulta tudo. Ninguém sabe quem é essa mulher misteriosa e o que ela quer. Tudo o que se apreende dela é que ela tem um grande temor pelas autoridades; parece já ter tido problemas com elas no passado...

Assim, a investigação ocorre em paralelo ao cerco policial ao hospital. Os policiais acabam adentrando em uma complexa gama de problemas que podem envolver os altos escalões dos EUA. Mas a conspiração é real, ou é fruto da imaginação de pessoas loucas e desesperada? Somente uma investigação profunda pode revelar; uma investigação que testará os limites dos envolvidos.
Como já percebi do outro livro desta autora, uma obra bem escrita e ágil. Neste livro há menos descrições forences, fazendo mais o estilo de conspiração terrorista. Algo diferente do outro livro que li da autora, "The Surgeon". Este livro vai mais no estilo thriller, do que no de procedimentos policiais. Mostra de que a autora pode passear pelos diversos estilos sem perder a qualidade.
O livro foi indicado ao Edgar Award 2006, o grande prêmio de romances policiais.
Mais uma vez recomendado para fãs do estilo.

domingo, setembro 27, 2009

Map of bones

Map of bones (ou Mapa dos Ossos, no Brasil), é considerado, erroneamente, como o primeiro livro da série Sigma. Na verdade, o primeiro livro da série é Sandstorm. Mas de fato, o primeiro a fazer sucesso foi Map of bones.
Muitas resenhas americanas comparam este livro como sendo uma mistura de Dan Brown com Tom Clancy, o que eu concordo. Os ingredientes que fizeram O Código da Vinci famosos estão aí: conspiração religiosa, puzzles, pinturas e monumentos artísticos. Mas este livro tem um diferencial: tem muita, mas muita ação, daí a comparação com Tom Clancy.
Força Sigma é um grupo ultrasecreto de soldados que foram escolhidos a dedo e postos para fazer doutorado em áreas ciêntíficas. Assim seus membros possuem formação na área militar e técnica. É este grupo que é destacado para investigar um crime hediondo envolvendo uma igreja em Colônia, Alemanha. Ali estão enterrados os ossos dos três reis magos bíblicos. Esta investigação deve ocorrer no mais rigoroso sigilo e por isso o Vaticano chama a Força Sigma.
Mas a cada passo da investigação, os investigadores vão se aprofundando cada vez mais nos mistérios desses ossos. O que os faz viajar pelos monumentos do mundo antigo em busca de uma velha sabedoria...Mas essa é uma busca perigosa e a concorrência é pesada. À todo momento o risco de morte é eminente.
Uma aventura para os admiradores dos filmes de Indiana Jones, adaptada à mais recente tecnologia e com uma história intrincada digna de um verdadeiro engenheiro de roteiros.
Altamente recomendado.

sexta-feira, setembro 25, 2009

The Surgeon - Tess Gerritsen

Este é o primeiro livro que leio de Tess Gerritsen. E com certeza o primeiro de muitos.
A autora foi muitas vezes comparada com Robin Cook e seus thrillers médicos, mas acho que os dois são muito diferentes. Nem sei se se pode chamar o livro de Gerritsen de thriller médico. Com muitas descrições de procedimentos politicias, este livro se encaixa mais na categoria policial, apesar de contar com algumas cenas de procedimentos médicos. Isso se deve ao curriculo médico da autora.
Bom, falemos sobre a história. Um serial killer ataca e mata mulheres em Boston, e o modus operandi dos crimes, faz com que a imprensa o chame de o Cirurgião, já que somente alguém com conhecimentos médicos podia realizar aqueles crimes. A pista para estes novos crimes reside no passado: outros crimes idênticos haviam acontecido, mas o criminoso foi morto. Assim, a investigação se desdobra pensando em um copycat, um copiador.
Pode-se dizer que este livro é uma mistura dos seriados House, CSI e Criminal Minds, pois há descrição de procedimentos médicos, policiais e de profilers, os responsáveis por ler a mente dos criminosos.
A história é contada de uma forma rápida, mas sem atropelar os detalhes. Um recurso interessante na narrativa é a inclusão do pensamento do criminoso (a), sem revelar quem ele ou ela é.
Enfim, um policial bem escrito, que te faz ficar acordado até tarde para terminá-lo. O suspense é matador.
P.S: Publicado no Brasil como: "O Cirurgião".

terça-feira, setembro 22, 2009

Booked to Die


Neste livro, John Dunning introduz o detetive de homicídios Cliff Janeway, que deixa a vida de policial para se dedicar a sua paixão: os livros.
Paralelamente a se tornar um livreiro em Denver, Estados Unidos, Janeway investiga um crime que envolve livros raros e ganância. Tudo começa com um crime envolvendo um bookscout, um caçador de livros raros e baratos.
O diferencial das obras de Dunning é o constante referencial à livros antigos, seus valores e o seu universo. Aprendemos um pouco sobre o mercado de livros usados à medida que lemos o romance.
Este livro é o primeiro do autor, e no Brasil foi publicado com o título Edições Perigosas. Infelizmenté, é impossível traduzir o jogo de palavras no título em inglês, onde "booked" faz referência a "agendado" e também a "livro".
O livro é uma ótima pedida, tanto para amantes do romance policial quanto por apaixonados por livros. A história se desenrola de maneira bem fluída e você não quer largar até o fim. E o fim é recompensador.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Legado de Cinzas


Legado de Cinzas, do jornalista americano Tim Weiner é uma história da Central Inteligence Agency, ou Cia. O autor utilizou quilos de documentação oficial e entrevistas realizadas com ex-integrantes. Apesar da quantidade de documentos, o autor tem uma escrita bastante fluida, o que facilita as notas estarem ao fim do livro. Assim, somente quem quiser saber mais informações pode dar uma olhada nas notas.
Neste livro o autor quebra uma série de mitos que muitos de nós possuímos acerca da Cia, graças à imagem passada através do cinema. Segundo o autor, a Cia não conseguiu cumprir seu objetivo: ser um serviço de espionagem de primeira linha.
Tim Weiner demonstra, sempre através de fontes, várias falhas da Cia em missões no exterior, desde falta de compreensão cultural, até passagem de armas para o inimigo. O autor chega a citar o 11 de setembro, marcando esta data como o fim do serviço secreto da Cia.
É impressionante descobrir que um país como os Estados Unidos, a maior potência mundial, não tem um serviço secreto digno, como o britânico e o russo, por exemplo.
Enfim, uma leitura bastante pertinente para se perceber a política e a segurança americana nos últimos 65 anos.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Kathy Reichs - Cross Bones


Seguindo uma bem conhecida fórmula de histórias de detetives que mostram os procedimentos policiais, este livro está inserido no novo contexto de romances policias nos Estados Unidos. Este novo contexto é marcado por uma grande pesquisa para trazer as histórias o mais próximo possível da realidade dos procedimentos de coletar provas.
Também, há uma forte ênfase no tom histórico. Os crimes estão ligados à um objeto histórico e os detetives são doutores, historiadores da arte e outros especialistas.
Em Cross Bones, o começo é baseado em uma história real: uma foto de um esqueleto que foi descoberto em uma escavação em Massada - Israel entre 1963-65, e que nunca foi mencionada ou descrita pelo antropólogo físico ligado ao projeto.
Devido à posição das feridas no esqueleto algumas teorias começam a se espalhar. Se fala que os ossos pertenciam à Jesus.
Por causa da importância do esqueleto, quem o possuí está em perigo. Assim, a Doutora Temperance Brenan mais um detetive e um arqueologista bíblico iniciam a investigar uma morte que aparentemente está relacionada com o esqueleto de Massada. Principalmente após receber a foto dos ossos.
Seguindo as evidências até a origem de tudo, Jerusalém, Brenam pode descobrir algo que mudará a visão da história da Igreja.
Este foi o melhor livro que li da autora até agora, e com certeza, um dos melhores do estilo. Uma ótima mistura entre história e ficção, na linha do best seller Código da Vinci.

Kathy reichs - Death du Jour

Com Tempe Brennam adentramos o cotidiano de uma antropologista forence. Vários crimes ocorrem entre Montreal e nas Carolinas, onde Tempe trabalha. E possívelmente, eles estão conectados. Uma narrativa rápida, com várias situações de ação, que faz o leitor querer logo saber o final da história. O livro, como outros da autora, possui várias descrições da cena do crime e dos procedimentos criminais, principalmente àqueles ligados ao exame do corpo. Como a autora é doutora em antropologia forence, suas experiências fazem com que as descrições soem bastante reais. Pra aqueles que gostam de Patricia Cornwell e CSI, é um prato cheio. Pena que ainda há poucos livros da autora lançados no Brasil. Mas fica a sugestão!

Contágio - Robin Cook

Nunca havia lido um livro de thriller médico e sempre olhei Robin Cook com desconfiança. Porém, com esta pandemia mundial de cripe, resolvi dar uma chance ao dotor. Sim, ele é médico de profissão, o que garante o realismo dos termos e descrições das doenças. Me interessei por esse livro porque ele trata justamente de uma pandemia de vírus fatais e que historicamente produziram estragos na humanidades, como a Peste e a gripe de 1918, conhecida como gripe espanhola. No livro, faz-se inclusive a citação de uma pandemia de gripe suína nos Estados Unidos em 1976. Nunca havia ouvido falar. Esta gripe foi um caos no sistema de saúde nos states.
Mas voltando ao livro, é muito bem escrito se considerado dentro do estilo thriller. Não faltam os ingredientes de uma boa história de suspense: mistério, mortes e a boa e velha teoria da conspiração.
A medida que o autor vai contando a história eu praticamente ficava com o coração na boca, pois queria logo chegar ao fim. Como eu gosto de leitura rápida e suspense classe A, valeu muito a pena ler.
A história se foca na investigação do Doutor Jack Stapleton, médico legista em Nova York, acerca do aparecimento de pessoas mortas com vírus altamente perigosos. (Um parêntesis: o doutor Stapleton lembra bastante o doutor House da Tv). À medida que o doutor vai se aprofundando, ele descobre que está mexendo num ninho de vespas, e que sua vida corre riscos. Sua premissa parte de que algo podre com relação ao plano de saúde AmeriCare, que é dona do hospital onde se inicia as mortes.
Não me arrependi e lerei outros livros do autor. E também vale pelo assunto super atual de pandemia de vírus e sistema de saúde, com uma cutucada nos planos de saúde americanos. O autor deixa claro que a capitalização da saúde, com a propaganda e o investimento pesado em hospitais e criação de planos está levando todo o sistema de saúde americano à beira de um colapso. E acho que isto também é verdadeiro para o Brasil...

quarta-feira, junho 24, 2009





















Quantas séries sobre espionagem! Acho que isto demonstra como o mundo está virado. Todo o mundo está preocupado e começa a pensar mais sobre terrorismo e espiões. Não que esse assunto não fosse visto com interesse anteriormente, pois desde o século XIX temos história de espiões, e até o famoso Sherlock Holmes esteve envolvido em uma delas (p.ex, no conto The Naval Treaty). Bom, mas televisamente falando, parece ter havido uma mudança após o 11 de setembro. As pessoas começaram a se ligar mais nestes assuntos. Um exemplo é a produção do seriado Alias, criada por J. J Abrams e que estreiou, coincidentemente ou não, em 30 de setembro de 2001. Anteriormente, J. J havia produzido Felicity, um seriado água-com-açúcar sobre romances colegiais. De qualquer forma, a mudança tá aí, de Felicity para Alias, acompanhando a sede do público por conspirações. Eu sou fã deste tipo de história, acompanho estes seriados e leio tudo que consigo. Só espero que os outros seriados, 24 horas, NCIS e Fringe, não caiam no marasmo que acometem seriados com histórias contínuas, como é o caso de Lost, Heroes e até mesmo de Alias. Nós, que gostamos de histórias de espionagem, prezamos por um bom final e não perdoamos roteiros mal escritos e abusos de nossa boa-vontade. E que continuem as explosões, as tentativas de destruir os Estados Unidos e de inventar a arma biológica perfeita. Nós agradecemos.

Em uma fração de segundo


Alex Kava é a criadora da personagem Maggie O'Dell, profiler do FBI. Como profiler a detetive deve estudar serial killers e entrar na sua mente. Através dos padrões dos crimes, este tipo de detetive pode estimar idade, sexo, tipo físico e inclusive alguns traços da personalidade do criminoso. Algo que pode ser visto no excelente seriado "Criminal Minds".

O assassino no caso, Albert Stucky, foi capturado e agora está foragido da prisão, inciando seu jogo mortal. Stucky foi apelidado de O colecionador por coletar partes do corpo de suas vítimas enquanto ainda estavam vivas. A única que parece ter capacidade de capturá-lo parece ser a agente O'Dell, e é exatamente atrás dela que o assassino vai, matando todos aqueles que se aproximam dela, reiniciando seu jogo doentio.

O livro de desenrola desta forma, com o assassino envolvendo todos os policiais em um trama de gato e rato, até que se descubra a forma de vencer este jogo. Uma boa narrativa, só que, pelo teor do livro, achei que ficou faltando descrições mais detalhadas dos procedimentos policiais e forenses. Mas vale a pena.

A maldade no ar


Chegando as férias de meio de ano e já começo a me coçar para ler algum romance policial para aliviar a tensão semestral. Eu disse Semestral.
O escolhido para abrir com chave de ouro este período foi "Metrópole do medo" de Ed Mcbain. Como o subtítulo em português diz, é um romance do 87o. DP e descreve o dia a dia dos procedimentos policiais deste departamento.
Ed Mcbain cria toda uma cidade para servir de pano de fundo para a sua escrita rápida e desconcertante. Como o autor diz no início do livro, a cidade e os personagens são inventados, mas os procedimentos policiais são baseados na realidade. Aí é que reside o ponto positivo na obra de Mcbain, a descrição dos procedimentos.
Mas, como toda a cidade real, os crimes acontecem a todo momento, e eles pipocam ao longo da história principal. A trama central se desenvolve a partir da morte de uma freira e, à medida que ocorre a investigação, os detetives vão confrontando verdades e mentiras na fala das testemunhas. Se se prestar a devida atenção, se percebe as incongruências na narração dos fatos pelas testemunhas.
Enfim, um livro gostoso de se ler, e que vale a pena pela descrição dos procedimentos policiais, pelo desenvolvimento da narrativa e pelo final inesperado.
Termino com uma citação do livro:
"Por isso, se você chegou aqui [nesta cidade] pensando, 'Poxa, vai haver um assassinatozinho numa casa e uma senhora de cabelos azuis irá resolvê-lo nas suas horas de folga, quando não estiver cuidando de seu canteiro de rosas', você veio à cidade errada, na época errada do ano. Nesta cidade, as coisas acontecem o tempo todo, em toda parte, e não é preciso ser detetive para sentir a maldade no ar." (p. 32).

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

O silêncio da chuva - Luiz Alfredo Garcia-Roza

Lançado em 1996, o primeiro livro policial do psicanalista Luiz Alfredo Garcia-Roza, foi vencedor do prêmio Jabuti.

A história tem início quando um empresário bem sucedido se suicida em um estacionamento-garagem. O problema é que a arma desaparece e os policiais que encontram o corpo não sabem que foi suicídio. Assim, se inicia uma caçada ao pretenso assassino, levando o detetive Espinoza a questionar todos os que poderiam lucrar com a morte.

Inicialmente uma trama envolvente, com investigação, mortes e reviravoltas. Quem aparentemente é inocente se revela com muitos motivos para tirar de circulação o empresário. O autor conduz bem o leitor até as páginas finais... e para mim, é aí que reside a minha frustração com este livro.

Eu sou fã de finais surpreendentes. Não precisa ser algo mirabolante, mas em um romance policial, acho que é uma condição fundamental para um bom livro. Agatha Christie certa vez explicou que o processo de criação de seus livros começa com o final. Ela elaborava um final, um crime aparentemente insolúvel e aí ia escrevendo de trás para frente, tentando despistar o leitor. Em muitos livros você consegue perceber essa maneira de escrever, independente do autor ter ou não pensando desta forma.

Mas, com relação à "O Silêncio da chuva" parece pra mim que o autor criou uma história inicial empolgante, mas à maneira que vai se aproximando do final para que o autor não conseguiu pensar em algo para finalizar sua história. Aí ele inventa um final sem sentido nenhum, onde o acaso marca o desfecho.

Sinceramente, não gostei. Achei que poderia ter mais pesquisa acerca dos procedimentos policiais, que em muitas vezes parece inocentes no livro e ter caprichado um pouco mais no final. Não precisava ser mirabolante, mas desvendar um crime através da obra do acaso foi realmente triste.